Não faz muito tempo: a Agência Federal de Investigação norte-americana (mais conhecida como FBI) batalhou por meses na justiça para a Apple oferecer um software backdoor. Na época, o FBI queria invadir o iPhone de um suspeito sobre os atos de terrorista em San Bernardino, nos EUA. Resultado? A Apple se negou a oferecer o programa invasor e o FBI conseguiu hackear o aparelho por conta própria.
Agora, um novo caso pode reacender essa briga. O FBI está com o iPhone de Dahir Adan, homem culpado por esfaquear 10 pessoas em um mercado de Minnesota em setembro — Adam foi morto pela polícia local. Logo após o ataque, o Estado Islâmico foi até as redes sociais para levar os louros e dizer que estava envolvido com o caso.
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Um novo iPhone precisa ser desbloqueado
Durante uma coletiva de imprensa, ontem (06), o agente Rich Thorton, do FBI, comentou que está com o iPhone de Dahir Adan, porém, o smartphone está bloqueado com senha. Por isso, a agência está "tentando descobrir como ganhar acesso ao conteúdo interno do celular", disse Thorton.
"Estamos no processo de avaliar as nossas opções legais e técnicas para obter acesso a este dispositivo e os dados que ele possa conter", comentou o agenda na coletiva, indicando uma nova rodada de disputa contra a Apple, que sempre deixou que não irá desenvolver um software backdoor.

O show vai começar

Hackear um iPhone não é difícil, principalmente se você for a principal agência de investigação de cibercrime do mundo. E se você duvida disso, pode ler aqui para entender mais sobre o assunto.
O FBI pedir para a Apple um software backdoor significa duas coisas: invasão legalizada de aparelhos com iOS, por meio da agência, e mídia. Ao entrar na justiça contra a Apple, o FBI ganha destaque na imprensa e, consequentemente, consegue mais subsídios — além de mostrar o próprio trabalho para o mundo.
O passado não tão distante já mostra isso: após meses de briga contra a Maçã, o próprio FBI avisou a imprensa que conseguiu acessar o iPhone sem a ajuda da companhia de Tim Cook. Então, qual seria o real motivo de entrar novamente nos tribunais? Bom, pelo show.